Familiares com demência: como mantê-los seguros na nossa casa?

Mariana Garcia – Homify Mariana Garcia – Homify
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A demência é uma das maiores problemáticas no que toca à saúde do nosso tempo. Atinge milhões de pessoas em todo o Mundo e este número está em constante crescimento. Para além das consequências óbvias desta incidência, como o declínio da qualidade de vida e o aumento da dependência, surgem complicações que afectam o quotidiano das famílias, nomeadamente a segurança dos doentes. Mas antes vejamos como a demência actua sobre uma pessoa.

Numa demência leve, facilmente as pessoas se esquecem do sítio onde colocaram as coisas ou assimilar informação transmitida recentemente – podemos rever aqui situações como não saber onde deixaram as chaves de casa ou esquecer-se do recado que acabaram de receber. Num estado intermédio, a demência moderada leva a que os doentes percam a capacidade de viver de forma independente, pois a alteração da memória já passa por não saberem quem são e esquecerem-se rapidamente do que acabaram de fazer (surgem nesta fase situações como deixar o fogão ligado ou perder-se na vizinhança, não sabendo regressar a casa). Por último, num estado mais avançado, a demência provoca a perda total ou praticamente total da memória, não sendo o doente capaz de se reconhecer a si nem a familiares ou amigos. 

Posto isto, é-nos mais fácil perceber como é que a segurança dos doentes ficam completamente em risco, principalmente com a evolução da doença. Torna-se então imperativo tratar de preparar o meio em que as pessoas se inserem, com vista a mantê-los seguros dentro da sua própria casa. No artigo de hoje vamos saber mais sobre como tornar uma casa mais segura, através de pequenos detalhes do dia-a-dia que farão toda a diferença!

Questione-os sobre por que querem sair de casa

Um dos principais sintomas da demência é precisamente a deambulação constante. O doente caminha aparentemente sem sentido e isso pode dever-se a antigas rotinas ou até à própria profissão que exerceram durante toda a vida. Por norma, os cuidadores mais preocupados afligem-se com esta actividade, pois têm medo que o doente se magoe ou caia. Mas também não vale a pena entrar em choque com a pessoa, pois pode provocar ainda mais confusão na sua cabeça. Assim sendo, sugerimos que tente estabelecer um diálogo com o doente, questionando-o para onde quer ir, o que quer fazer ou o que procura. Ao obrigá-lo a responder, estará a distraí-lo e pode encaminhá-lo de forma cuidada para outro sítio, tirando-lhe o sentido de sair de casa. No entanto, prepare-se para não ser sempre bem sucedido nesta batalha! Quando isto acontecer, vá até à rua com ele, converse um pouco sobre o que observam lá fora e lentamente traga-o para dentro de casa novamente.

Acompanhe-os à casa de banho

Como numa primeira fase, e apesar de conseguirem suprimir as suas necessidades sozinhos, podem esquecer-se para onde vão quando precisam de ir à casa de banho (ou podem não reconhecer o caminho, perdendo-se), acompanhe-os até lá. Mas atenção que muitas vezes este tipo de ajuda pode não ser bem recebido, por isso tenha destreza e cuidado na maneira como lhes toca e lhes fala, de modo a não se impor e a conseguir ser uma ajuda útil, sem criar ansiedade ou stresse. Fale de forma descontraída, pode até conversar sobre outro assunto qualquer enquanto o encaminha até ao destino pretendido.

Deixe-os deambular durante o dia

Um dos motivos que pode levar um doente com demência a deambular é a acumulação de energia. Uma vez que se tornam mais dependentes, a sua actividade física diminui e toda aquela energia que era gasta durante o dia passa a acumular-se no corpo, sendo cada vez mais difícil estar muito tempo parado – mesmo que, conscientemente, não tenha um propósito para caminhar. É importante estimulá-los do ponto de vista físico, por isso tire partido da vontade de caminhar e crie um espaço seguro onde o doente o possa fazer sem perigos iminentes. Com bom tempo, o jardim é uma excelente opção, pois faz com que apanhem ar puro e algum sol que traz vários benefícios ao seu bem-estar, além da exposição a estímulos diferentes dos que encontra dentro de casa. 

Esconda as chaves de casa

Como já vimos anteriormente, é muito comum que pessoas com demência se esqueçam facilmente do sítio onde deixaram objectos acabados de utilizar. Isto serve para qualquer coisa: talheres, chaves, telefones sem fios, comandos da televisão… Ainda assim, uns são mais chatos de estarem perdidos do que outros, como é o exemplo das chaves de casa. Para evitar nervosismos de última hora quando queremos sair de casa e não sabemos onde estão as chaves, guarde-as num sítio inacessível ao doente. Vistas bem as coisas, ele não irá precisar delas, pois não irá sair sozinho.

Passem mais tempo na mesma divisão

As rotinas são super importantes para estes doentes, assim como a não alteração abrupta de algum momento que esteja a viver, por isso (se tiver essa possibilidade na casa onde o doente habita) opte por ter uma divisão ampla onde possa ter uma zona de refeição, uma de descanso e outra de actividades de estimulação. Desta maneira, será mais fácil para a pessoa realizar várias actividades sem que para isso tenha que estar sempre a mudar de assoalhada. Este pequeno pormenor fará com que o doente se sinta mais seguro e confortável e consequentemente menos ansioso e confuso.

Instale um alarme na entrada de casa

O alarme é uma excelente opção, pois se já uma pessoa saudável pode ser facilmente assaltada, uma pessoa com demência aumenta imenso a sua vulnerabilidade. Se tem familiares com demência e que vivem sozinhos, pondere de imediato a instalação de um alarme ligado à esquadra mais próxima, para que o seu familiar tenha uma resposta mais rápida em caso de assalto. Sugerimos também a instalação de detectores de fumo, pois mesmo que tenhamos todo o cuidado do Mundo para manter fora do alcance do doente isqueiros ou outras fontes de ignição, este é um acidente que pode acontecer e será melhor prevenir do que remediar.

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