Uma escola cheia de história

Mariana Caldeira Mariana Caldeira
Complexo Escolar – Edifício social, ACANTO Ldª ACANTO Ldª Modern Çalışma Odası
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Tal como a maioria dos museus, alguns edifícios escolares também são dotados de um crescimento ilimitado que dá origem a áreas compostas por espaços de épocas muito diferentes que precisam de estar devidamente interligados.

A obra que lhe apresentamos hoje diz precisamente respeito a um projeto de remodelação e ampliação de um complexo escolar que foi projetado pela equipa Acanto, sediada em Braga. 

História

O Colégio Teresiano de Braga iniciou as suas atividades em Outubro de 1932 numa casa pertencente à família Moura, que implicava o pagamento de uma renda mensal. Cerca de trinta anos depois, o colégio mudou-se para um novo edifício, ocupando as paredes que ainda hoje pertencem ao complexo escolar. Em 1980 foi necessário realizar uma obra de ampliação que acrescentaram à área existente um ginásio e um edifício dedicado aos alunos do primeiro ciclo de modo a preencher as lacunas da funcionalidade inicial do edifício – uma casa de formação religiosa. Em 1983 este edifício foi ampliado de forma a integrar espaços dedicados aos alunos do segundo e terceiro ciclo e finalmente em 1997 construíu-se um novo edifício capaz de acomodar os alunos em idade pré-escolar e um auditório.

2011

A última intervenção da escola e a que pretendemos abordar hoje foi realizada em 2011 e procurou analisar toda esta complexidade e história, de forma a intervir no sistema de circulações e integrar um novo espaço com funções dedicadas ao apoio escolar. Os arquitetos optaram por devolver ao primeiro edifício do complexo o seu caráter dominante perseguindo a sua imagem original.

Ponto de confluência

O novo edifício assume-se como um ponto de confluência transversal entre todos os ciclos do colégio sendo que as novas funções organizam-se em três pisos. No primeiro piso encontram-se as salas de acolhimento, no segundo a biblioteca e no último a mediateca e a vídeoteca. No edifício adjacente foi realizada uma remodelação que permitiu integrar um espaço responsável pela ligação ao edifício principal, a sala do aluno e ainda uma sala polivalente.

Iluminação

Embora com o apoio de iluminação artificial, o sistema de vãos procurou abranger o máximo possível os novos espaços. Muitas vezes os edifícios escolares optam por interromper a relação visual dos alunos com o exterior de forma a evitar distrações. Neste caso os arquitetos fizeram todos os possíveis para permitir uma iluminação agradável em todos os espaços.

Espacialidade

Os novos espaços criados são muito amplos criando ambientes atraentes às crianças com circulação livre. As salas são facilmente percorríveis de forma a proporcionar um ambiente leve e descontraído para os estudantes.

Interiores

O desenho de interiores tentou não só equipar os espaços com o mobiliário necessário às atividades escolares como tornar os espaços mais simpáticos com a introdução de elementos coloridos nas paredes brancas. Enquanto as salas de aulas foram mobiladas com secretárias e estantes brancas os espaços de circulação e convívio integraram elementos mais dinâmicos, sobretudo em cores primárias.

Complexidade

Os projetos de remodelação e ampliação são especialmente complexos por exigirem uma análise contextual muito mais diversificada. Neste caso a intervenção foi ainda mais complicada pois o conjunto existente resultava de quatro intervenções de diferentes épocas. O projeto final é uma intervenção sóbria e honesta, que prescindiu de qualquer protagonismo, devolvendo ao conjunto histórico o seu caráter original.

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